Rutherford era um pesquisador ligado à equipe de Thomson quando realizou um experimento que viria a mudar completamente a visão do homem a respeito do átomo. Em 1911, ele bombardeou uma finíssima lâmina de ouro (0,0001 cm) com partículas alfa oriundas de uma amostra contendo Polônio. A área em que se realizava o experimento era cercada por um anteparo recoberto por sulfeto de zinco, que cintilava ao sofrer impacto. Para espanto geral, a grande maioria das partículas alfa disparadas contra a placa passou por ela como se não existisse. Somente algumas passavam com desvios e algumas outras retrocediam. Tal resultado levou Rutherford a propor que a matéria é constituída principalmente por espaços vazios. Como as partículas alfa são positivas, concluiu-se que os desvios e retrocessos fossem resultado da interação dessas com o núcleo. Como estes desvios e retrocessos foram muito poucos, concluiu-se que a matéria do átomo fosse concentrada numa região central positiva chamada núcleo. Os prótons são as partículas que dão caráter positivo ao núcleo. Os elétrons ou cargas negativas estariam circundando o núcleo em número tal que possibilitasse ao átomo ser neutro. A proporção entre as partículas que passaram sem desvio e as que passaram com desvio ou retrocederam levaram à conclusão de que o tamanho total do átomo é de 10.000 a 100.000 vezes maior que o núcleo. A região onde circundam os elétrons é que dá o volume do átomo recebeu o nome de eletrosfera. Os elétrons possuem movimento de translação ao redor do núcleo e de rotação em relação ao seu próprio eixo. O modelo de Rutherford é muito parecido com o sistema solar, com o núcleo ocupando o lugar do sol e os elétrons, os dos planetas.
Comemora-se neste ano de 2011 o centenário do modelo atômico proposto pelo físico Ernest Rutherford (1871-1937), prêmio Nobel da Química em 1908. O seu modelo sobre a unidade fundamental da matéria propunha um átomo constituído por um núcleo central, pequeno e denso, carregado positivamente, ao redor do qual “orbitavam” elétrons, partículas carregadas negativamente. Cem anos depois, este modelo continua a ser uma boa aproximação à natureza do átomo.
O "modelo planetário” do átomo foi uma das manifestações da aparente semelhança entre a organização do microcosmos, o átomo, e os sistemas planetários cósmicos, espalhados pelo Universo e dos quais o nosso sistema solar é o exemplo mais imediato. Indicou que há muito espaço vazio entre os núcleos e os elétrons na matéria comum, assim como o há entre as estrelas e os planetas que as gravitam. E deixou espaço para a descoberta.
O modelo atômico de Rutherford foi o marco fundador da Química e da Física Nuclear. Com ele deu-se uma revolução do nosso entendimento da estrutura da matéria.
O modelo atômico de Rutherford foi o marco fundador da Química e da Física Nuclear. Com ele deu-se uma revolução do nosso entendimento da estrutura da matéria.
A tecnologia que derivou desse modelo atômico alterou a nossa forma de viver no século XX.